Lançado em setembro de 2014, depois de “Garbage” (de junho) e antes de “Rotten” (de dezembro), só pela “vizinhança” dá para sacar que “Skinny” já é um disco de maturidade de Bones (que tinha 20 anos quando de seu lançamento).
Comecemos pelos videoclipes: “USB” é assustador, mostrando o rapper contando dinheiro sentado na cozinha, além de imagens que parecem vindas de outros clipes (como as luzes de “Deadboy” ou a roupa fosforescente de “HighVisibilityRainCoat”), mas num contexto que parece totalmente deslocado. Seria a tentação demoníaca do dinheiro (ele, que não quer vender músicas)? No já citado “HighVisibilityRainCoat” tudo é escuro, só o rapper é iluminado: o efeito é bacana. Em “TheNoiseInsideMyHead” Bones conta uma história de inveja numa garagem à noite, com imagens mais deformadas do que o usual (a que acompanha este texto dá uma ideia da coisa). Finalmente, “Skinny” é uma vinheta: sim, Bones faz clipes de vinhetas. E este é bem bonito – no sentido “tradicional” da palavra.
A melhor faixa do disco é “HollisterJeans”, uma letra sombria em cima de uma base poderosa. A faixa seguinte, “HairHangDown”, é quase “solar”, tão linda é a melodia. Não tão bonita, mas parecida, é “ShrimpPizza”, em que Bones comenta que “quando eu durmo, eu faço dinheiro / você acordado e nem assim consegue um centavo”. Outra faixa fantástica é a hipnotizante “DeadInDesignerClothes”. Em “WhitePunkOnDope” ele conta sua relação com as gravadoras: “Too many offers, inbox still loadin’ / They acting touchy, but they know I never want ‘em / They see the team, they see the shows, and now they want it” (obrigado, Genius.com): elas querem Bones, ele não dá bola.
Bones a gente não cansa de ouvir. Bones a gente não cansa de comentar.
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