Fabricio Muller
8 de maio de 2022 at 16:07
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O francês Pierre Moustiers (1924-2016), aparentemente, é um autor esquecido: sua página na Wikipédia em francês dá pouquíssimos detalhes sobre sua vida e obra e, quando se procura por ele no Google Notícias, não se encontra basicamente nenhuma informação recente.
Eu mesmo não lembro direito como recebi o livro “La paroi” (“o muro” em tradução livre, Bibliothèque do Temps Présent, 256 páginas), seu mais importante romance, vencedor do Grande Prêmio da Academia Francesa em 1969: pela data que eu coloquei na contracapa da minha bela edição em capa dura, eu ganhei o livro no dia 6 de novembro de 1989. Não lembro direito, mas acho que o pessoal da Aliança Francesa resolveu distribuir uns livros para os seus alunos, sabe Deus por quê. Eu me recordo vagamente de tê-lo escolhido, e é isso.
Eu o li pouco tempo depois de tê-lo recebido: é uma história de alpinismo, meu medo de altura me fez ter calafrios durante a leitura, e é isso que ficou na minha memória.
Acabei relendo “La paroi” recentemente: é uma história de uma relação complicada entre dois alpinistas, Philippe, professor da escola secundária numa pequena cidade do interior, e Anthime, empresário de sucesso.
A história começa numa sexta-feira, quando Philippe resolve subir sozinho uma montanha e Anthime, sabendo que o clima não estava favorável para esse tipo de aventura, resolveu seguir o professor na escalada para que ele não tivesse problemas. Philippe despreza o empresário, e a relação entre os dois na subida da montanha é tensa, para dizer o mínimo.
A verdade é que “La paroi” é um grande livro, e desenvolve com excelência não só a descrição dos personagens, como a complexa relação entre os dois. Mereceu, sim, o Grande Prêmio da Academia Francesa, e é pena que aparentemente ninguém mais se lembre dele. Pelo menos a Amazon tem mais alguns livros em papel do autor para vender.
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