Considerada uma das melhores biografias do imperador romano, “Nero: the end of a dinasty”, de Miriam T. Griffin, não só apresenta a complexa personalidade do tirano, como tenta contextualizar seu governo em relação ao dos demais imperadores da dinastia julio-claudiana, iniciada por Júlio César e terminada por ele próprio.
Nascido no ano 37 d.C., Nero chega ao poder em 54 d.C., aos 16 anos. Uma série de revoltas militares acaba por fazer com que ele se suicide em 68 d.C., aos 30 anos de idade. Os historiadores romanos (basicamente Suetônio, Tácito e Dião Cássio) que escreveram os relatos em que grande parte da pesquisa histórica atual sobre Nero é baseada viveram muitas décadas depois da morte dele, já durante a dinastia flaviana. Muito por causa disto, seus relatos são francamente desfavoráveis ao imperador: grande parte do trabalho dos historiadores contemporâneos, deste modo, é tentar expurgar dos relatos antigos tudo o que era exageradamente negativo contra ele, fruto da opinião predominante da época em que foram escritos. O Nero que emerge do livro de Miriam T. Griffin (assim como de outras biografias dele que li, notadamente a ótima “Nero”, de Edward Champlin) é o de uma personalidade extremamente complexa.
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