Janelas, canteiros vivos,
O canto do órgão entra.
Sombras dançam no muro,
De maneira estranha, a ronda louca.
As moitas queimando voam com clareza,
Um enxame de moscas vibra.
No campo as foices ceifam
E uma água antiga canta.
Quem com seu sopro me acaricia?
Sinais loucos de andorinhas.
No infinito baixinho escoa
A grande floresta dourada.
Chamas brilham nos canteiros.
A ronda louca se exalta
Sobre a parede amarela.
Alguém olha na porta.
Incenso e pera cheiram bem,
Vidro e arca se obscurecem.
Queimando lentamente, a face
Se inclina em direção às estrelas brancas.
(Em um quarto abandonado, de Georg Trakl – traduzido da versão francesa de Jacques Legrand)
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