Sou fã de Patrick Modiano, Prêmio Nobel de Literatura de 2014. O francês cria histórias que contam, em boa parte de seus romances sempre curtos, histórias baseadas em reminiscências não muito precisas de pessoas, ou de seus descendentes, que se aliaram aos nazistas durante a ocupação alemã na França na Segunda Guerra Mundial.
O segundo romance publicado pelo autor, “La ronde de nuit” (a ronda da madrugada, em tradução livre – Folio, 154 páginas, publicado originalmente em 1969) não foge à regra: o personagem-narrador se alia a um grupo que presta serviços à Gestapo Francesa, promove extorsão de pessoas ligadas à Resistência e rouba casas de quem fugiu de Paris devido à ocupação alemã. O narrador também serve de agente duplo e se infiltra num grupo que se opõe aos nazistas.
De todos os livros de Patrick Modiano que eu li (ver aqui), “La ronde de nuit” foi o que menos me agradou: a narrativa parece travada mais do que o necessário, a história parece meio inverossímil às vezes, o narrador é menos empático do que o normal nos livros de Modiano.
Ou quem sabe não tenha sido nada disso: um grande problema com a edição da Folio de “La ronde de nuit” é que na sua curta introdução um spoiler decisivo é apresentado logo de cara: possivelmente eu saber como acabaria o livro diminuiu um pouco meu interesse durante a leitura.
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