Como o próprio nome indica, Giovana Madalosso faz parte da família proprietária do excelente e tradicional restaurante aqui da capital paranaense. Mas ela não quis saber de panelas e polentas, conforme o texto publicado na Gazeta do Povo por Reinaldo Bessa em 6/10/2016. Formada em jornalismo pela UFPR, ela mora há muitos anos em São Paulo e já publicou três livros de ficção, sendo este “Tudo pode ser roubado” (Todavia, 192 páginas, lançado originalmente em 2018) seu primeiro romance.
O livro conta, em primeira pessoa, a história de uma garçonete que atende num restaurante chique na Avenida Paulista, e que se aproveita de sua beleza física para levar pessoas para a cama (mais homens, mas também mulheres) e roubar coisas delas. Aliás, não só de quem faz sexo a garçonete (apelidada de “Rabudinha”) rouba: ela pode furtar objetos numa reunião social, por exemplo. Boa parte do que ela vai catando aqui e ali ela vende num brechó chique no bairro paulistano de Pinheiros cuja dona é uma transexual chamada Tiana.
A narrativa de “Tudo pode ser roubado” é circular: a garçonete rouba alguma coisa, vende e rouba de novo. Mesmo o grande roubo no qual ela se mete – de uma obra rara do romancista José de Alencar – segue mais ou menos essa lógica – só que mais elaborada neste caso. O final da história também não apresenta grandes surpresas.
De todo modo, “Tudo pode ser roubado” é extremamente bem escrito e agradável de ler.
(fonte da foto: Folha de São Paulo)
0
There are 0 comments