Comecei a assistir “Erased”, da Netflix, porque achei que poderia ser uma série de terror japonês, que é um estilo sobre o qual tenho curiosidade – mas sobre o qual não conheço absolutamente nada. Logo percebi o meu engano: “Erased” – cuja primeira temporada, lançada em 2017, tem oito episódios de cerca de meia hora cada um – é baseado num mangá chamado “Boku Dake ga Inai Machi”, cuja tradução para o português (obrigado, Wikipédia) é “A cidade onde só eu não existo” – para quem assistiu a série, é um lindo título. E sim, entendo tanto de mangá quanto de terror japonês, ou seja, nada.
Satoru Fujinuma é um rapaz de 29 anos, entregador de pizza e aspirante a desenhista de mangás, que consegue voltar no tempo quando quer salvar alguém: por exemplo, ele vê uma criança ser atropelada, o tempo volta e ele consegue tirá-la da frente do carro que a tinha atingido em outra linha do tempo. Essas voltas sempre aconteciam em intervalos curtos, de alguns minutos no máximo. Mas quando sua mãe é assassinada, Satoru Fujinuma volta aos seus onze anos de idade, nos anos 80: o problema é que ele, novamente pré-adolescente, não tem a menor ideia do que fazer para salvar Sachiko Fujinuma, sua mãe (ah, e claro: anos 80 faz lembrar “Stranger Things” e “Dark” – só que o mangá em que foi baseada a série começou a ser publicado em 2012).
“Erased” é uma série juvenil, e os personagens têm poucas matizes: os bons são totalmente bons, e os maus totalmente maus. Não importa: é impossível não se emocionar com a luta incessante de Satoru Fujinuma para salvar não só sua mãe, mas várias outras crianças.
E, como se não bastasse, a série me lembrou, pelo clima sensível e familiar, os filmes do grande diretor japonês Yasujiro Ozu (guardadas as proporções, é claro).
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