Como em quase toda a peça clássica que se preze, Alexandre le Grand, de Racine, tem várias histórias entrelaçadas. Porus, Taxile e Axile são reis em diferentes partes da Índia, e os reinos dos três são ameaçados pela guerra de conquistas de Alexandre, o Grande. O maior amor da vida deste é a irmã de Taxile, Cléophile, que insta o irmão a fazer um acordo de paz com o conquistador. Já Axile é a favor da guerra, e incentiva Porus e Taxile a se unirem a ela na batalha. Porus aceita a luta, mas Taxile, pensando na irmã, não. Como se não bastasse, os dois reis são apaixonados por Axile – que ama Porus, e despreza Taxile.
Confuso, não é?
Mas não importa. O que importa mesmo é ler estas fortes histórias de grandes paixões e de grandes ódios, de bravura de quem não teme a morte, contrastada com a mais vil covardia.
E isto tudo num texto rimado do início ao fim em versos alexandrinos, com um estilo tão maravilhoso que dá vontade de ler em voz alta (do mesmo modo que acontece com o Alcorão Sagrado, aliás – mas este é para outra ocasião).
(texto escrito em outubro de 2014)
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