
O narrador de “Beatriz”, de Pedro André Kowacs (Cajarana, 156 páginas, 2019), conheceu a sua musa, que dá nome a seu livro, no Brasil. Ela lhe dá o endereço de um prédio em Budapeste e ele vai até lá tentar encontrá-la.
O endereço acaba dando num prédio, com um apartamento por andar, que tem um estranho bar no térreo, e o narrador – que logo faz amizade com o barman – acaba descobrindo que, para encontrar Beatriz, ele tem que subir um elevador. É quando ele chega no apartamento número 2 - no que seria o primeiro andar aqui no Brasil mas que, na Hungria do livro, é o andar número dois (já que o térreo é o próprio primeiro andar) -, onde duas mulheres, uma eslava e outra asiática, o prendem por muitos dias para que ele faça sexo com elas. Ele consegue fugir de lá e vai para o apartamento número 3, onde mora Ignatius, um homem que o faz comer o tempo todo. No apartamento número 4 ele conhece dois lutadores irmão, Ogekk e Vishal Molnár, um avaro, outro pródigo. O apartamento número 5 é o lugar de reuniões de condomínio deste prédio esquisito, e a reunião em que o narrador participou é confusa e agressiva, como normalmente acontece. O morador do apartamento número 6, Dadec Nögyasvi, deixa todas as decisões de sua vida a cargo do acaso – um dado, no caso. No apartamento número 7 o narrador conhece um estranho e violento casal e, de surpresa em surpresa, o narrador chega ao décimo terceiro e último andar deste prédio para lá de surpreendente.
“Beatriz” é cheio de personagens bizarros, de situações estranhas, de citações inesperadas. Um livro surpreendente.
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