Fabricio Muller
25 de abril de 2022 at 01:46
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“How to Survive in Ancient Rome” (como sobreviver na antiga Roma), de L J Trafford (Pen and Sword History, 176 páginas, lançado originalmente em 2020), é uma espécie de guia turístico para alguém que esteja visitando Roma no ano de 95 d.C., época do imperador Domiciano.
O livro traz diversas curiosidades sobre aquela época: como os anos eram contados? Como era o dinheiro? Como as mulheres deveriam se comportar? Como eram os nomes e sobrenomes das pessoas? Como eram as roupas? Como eram a medicina, o direito, a religião e a política da época? Como eram as casas dos ricos e as dos pobres?
Os “guias” de “How to Survive in Ancient Rome” são dois personagens, não sei bem se reais ou fictícios, da alta nobreza romana: Titus Flavius Ajax, ex-escravo que acabou obtendo o cargo de secretário especial de Domiciano, e Hortensia, que, “como membro da alta elite romana, pode responder tudo o que você queria saber sobre os ultrarricos da época, mas tem medo de perguntar”.
O livro é extremamente divertido e informativo, delicioso para pessoas como eu, que amam a história do Império Romano. E eu não poderia deixar de citar, neste texto, a única vez que o cristianismo é citado no livro: segundo a “guia” Hortensia,
“O atual imperador é muito exigente quanto à manutenção de ritos religiosos e recomendamos que você não demonstre qualquer inclinação para crenças estrangeiras. O imperador baniu sua própria sobrinha, Domitilla, por se converter a esse estranho culto cristão. Ele não hesitaria em fazer o mesmo com você, ou pior.”
É um assunto que me fascina: o que será que os antigos romanos, com seus deuses imponentes e grandiosos, achavam de um pessoal - muitos compatriotas entre eles, inclusive - que achava que Deus era um pobre judeu que teve a morte mais humilhante possível, na cruz?
Deviam achar estranho, no mínimo. Eu acho que também acharia.
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