Ciência

Ciência e religião
Ciência, Religião
Ciência e religião
23 de maio de 2021 at 19:08 0
Santa Clara (1194-1253) era amiga de São Francisco de Assis e acabou, com a assistência dele, criando a Ordem das Clarissas. Interessado que sou na vida de santos em geral e na de São Francisco em particular, achei que era uma boa ideia ler a biografia “Clara, a primeira plantinha de Francisco”, de Chiara Augusta Lainati (Paulinas, tradução de Leonilda Menossi, 120 páginas). Infelizmente, o livro pouco conta sobre a história da santa e, numa linguagem empolada e cansativa, fica elogiando Santa Clara sem parar – ela não precisa disso, né? A alemã Edith Stein (1891-1942) era uma filósofa importante, de origem judaica, e que resolveu virar monja carmelita. Perseguida pelos nazistas devido às suas raízes, foi assassinada em Auschwitz. Em 1998 ela foi canonizada como mártir, com o nome de Santa Teresa Benedita da Cruz, o que causou protestos na comunidade judaica, que considera que ela foi morta apenas por ser judia – os católicos rebatem que seu martírio foi causado por ela pertencer à Igreja Católica da Holanda, cuja oposição ao nazismo gerou perseguição de judeus convertidos ao catolicismo (Folha de São Paulo, edição de 12 de outubro de 1998). Polêmicas à parte, a curtíssima biografia (li em menos de uma hora) “Edith Stein”, de Vittoria Fabretti (Paulinas, 78 páginas, tradução de Antonio Efro Feltrin), ao contrário da de Santa Clara citada anteriormente, é extremamente objetiva, mostrando uma mulher forte, corajosa - e que aparentemente quis mesmo se martirizar por sua fé e por sua raça. Recomendo fortemente a leitura. A física moderna, queiram ou não, é uma doideira. Partículas que estão em dois lugares ao mesmo tempo, espaço pluridimensional, matéria escura (que se sabe que existe, mas que não se tem ideia do que seja), energia escura (que expande o universo, mas que também ninguém tem ideia exata no que consiste) e outros temas afins são muito bem explicados em “Astrofísica para Apressados”, do astrofísico americano Neil deGrasse Tyson (Planeta, 190 páginas, tradução de Alexandre Martins). Ilustra este texto uma "representação, a fresco, de Santa Clara por Simone Martini (13121320), localizada na Basílica de São FranciscoAssisItália" - fonte: Wikipédia
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“O poder do pensamento matemático”, de Jordan Ellenberg
Ciência
“O poder do pensamento matemático”, de Jordan Ellenberg
7 de fevereiro de 2018 at 20:49 0
A imagem que acompanha este texto foi obtida no livro “O poder do pensamento matemático – a ciência de como não estar errado”, de Jordan Ellenberg (Zahar, 537 páginas), e dá uma boa ideia dos caminhos do raciocínio matemático.  Para começar, os dois cantos que boa parte das pessoas têm uma ideia do que sejam: o inferior é o canto do “simples e superficial”, como as somas de 2 + 1 ou o seno de 2x; o superior direito é o canto “complicado e profundo”, qualidades que normalmente associadas à matemática superior: ali estão coisas como a hipótese de Riemann ou espaços perfectoides, complicadas, imagino, a ponto de um engenheiro civil como eu não terem ideia do que sejam. Os outros dois cantos são um pouco menos, como direi, populares: no inferior direito o autor engloba a resolução de integrais que eu, quando estudante de engenharia, tinha alguma dificuldade de resolver – mas é interessante que elas estão no canto “complicado e superficial”: de fato, a resolução de muitas integrais parece mesmo apenas trabalho mecânico. O canto em que Jordan Ellenberg concentra todos os esforços de seu “O poder do pensamento matemático – a ciência de como não estar errado” é o superior esquerdo, onde se concentra o “simples e profundo”: o autor tenta responder a perguntas como: quando a probabilidade de ganhar na loteria é maior; qual a probabilidade de Deus existir; como eliminar erros em transmissões de internet; se é mais correto, em julgamentos, seguir as leis ao pé da letra ou usar o bom senso quando necessário; quais os possíveis erros que podem ocorrer em artigos médicos que utilizam estatística; diferentes critérios para decidir eleições. (mais…)
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Ciência
Texto antigo sobre “Sim, Os Deuses Eram Astronautas”, de Erich von Däniken
24 de novembro de 2017 at 09:14 0
A Editora Nova Era (pertencente à Editora Record) está lançando Sim, Os Deuses Eram Astronautas (270 páginas), de Erich von Däniken. Esta é uma espécie de resposta ao famoso Eram os Deuses Astronautas?, livro do mesmo autor, lançado originalmente na década de 70. (mais…)
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“A harmonia do mundo”, de Marcelo Gleiser
Ciência
“A harmonia do mundo”, de Marcelo Gleiser
29 de setembro de 2017 at 11:07 0
Marcelo Gleiser é o mais conhecido cientista brasileiro da atualidade. Além de dar aulas na renomada universidade americana Darthmouth College, suas pesquisas no ramo da astrofísica levaram-no a ganhar um prêmio do governo dos Estados Unidos em 1994. Mas o motivo de ele ser conhecido no Brasil está relacionado à sua atividade como divulgador científico: Gleiser mantém já há alguns anos uma coluna mensal no jornal Folha de São Paulo, publicou diversos livros – entre eles os ótimos O fim da terra e do céu e A dança do universo – e agora pode ser visto todos os domingos no Fantástico, da TV Globo, com o quadro Poeira das estrelas. (mais…)
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“Hiperespaço”, de Michio Kaku
Ciência
“Hiperespaço”, de Michio Kaku
19 de junho de 2016 at 22:57 0
Imagine “Flatland”, um universo com duas dimensões: árvores, casas, pessoas, estradas, todos fazendo parte de um plano. (mais…)
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Eureka
Ciência, Literatura
Eureka
20 de julho de 2015 at 04:58 0
No prefácio de Eureka - livro que comprei em 1986 e que só li agora (vê se pode) - do grande poeta e contista Edgar Allan Poe, Júlio Cortázar comenta que o grande valor deste estranho ensaio está na poesia: a tentativa de Poe de explicar a criação do Universo com pouquíssima base na física e na matemática seria, segundo W.H.Auden, o mesmo que fazer em inglês e no século XIX o que Hesíodo e Lucrécio haviam feito em grego e latim muitos séculos antes. A ideia principal de Eureka é mais ou menos o que segue. No princípio, toda a matéria do Universo estava concentrada em uma única Unidade. Um Ato Divino espalhou esta matéria pelo espaço e a ação da gravidade, posteriormente, faria com que toda a matéria tentasse voltar ao estado original por "condensação". Isto aconteceria por todo o Universo: no Sistema Solar, por exemplo, a condensação faria com que a matéria voltasse, aos poucos, ao seu centro específico (o Sol). À medida que esta condensação acontecia, alguns pedaços iriam se separando: por isto, segundo Poe, Netuno (na época - como hoje, aliás - o último planeta do Sistema Solar) foi o primeiro planeta a se desprender. A condensação continuou, e então Urano surgiu... e assim por diante, até Mercúrio se desprender por último. (mais…)
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