Se levarmos ao pé da letra a famosa frase “infeliz a nação que precisa de heróis”, do dramaturgo alemão Bertolt Brecht, podemos concluir cinicamente que – ao menos neste aspecto – o Brasil não é uma nação infeliz. Há enormes controvérsias sobre a biografia de Tiradentes, por exemplo. Nossa independência foi proclamada pelo sucessor do trono do país colonizador. Getulio Vargas é outro personagem controverso. Certamente, não temos um herói – pelo menos não um aceito quase que unanimemente pela população.
Assim, foi um pouco surpreso que, numa viagem recente a Buenos Aires, ouvi a guia argentina falar algo como “nós temos um herói nacional, José de San Martín”. Eu sabia que ele tinha sido importante na independência de alguns países da América do Sul, mas para mim sua importância jamais poderia se comparar com a de Simón Bolívar. Pelo visto, eu estivera enganado o tempo todo.
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