Torcida e propaganda
Esporte

Torcida e propaganda

27 de maio de 2015 0

Natação é um esporte chato. Se em competições de altíssimo nível as provas já dão sono, provas de menor ibope são realmente muito difíceis de assistir. Antes que chovam e-mails de nadadores aqui me xingando, já vou adiantando que eu mesmo adoro natação, e que competi (mediocremente) neste esporte durante seis anos.Posso dizer com segurança que nadar é ótimo, mas que assistir a provas de natação é péssimo – é por isto que nas provas em que eu competia durante a adolescência só mesmo parentes dos nadadores, além destes próprios e de seus técnicos, ficavam nas arquibancadas.

Já o futebol, como se sabe, é um dos esportes mais emocionantes que existem. Neste, a presença da torcida é fundamental. Sei que isso parece óbvio, mas só tive a consciência completa deste fato domingo retrasado, assistindo pela televisão ao jogo Fortaleza x Coritiba, na capital cearense (se o leitor não se lembra, o jogo foi realizado em portões fechados). A todo o momento eu tinha que ficar me convencendo de que aquilo ali era um jogo que estava valendo, e não apenas um treino. Sem torcida o espetáculo perdeu grande parte de seu encanto, de sua emoção (melhor para o Glorioso, claro, que voltou de lá com uma ótima vitória).

E é para que isso que aconteceu com o Fortaleza não venha a acontecer com o Coritiba que você, torcedor, não deve jogar objetos em campo. Mesmo quando o juiz for aquele que apitou o jogo de ontem, contra o Santos, que aparentemente tinha um critério para faltas santistas, e outro para as faltas coritibanas…

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Tudo o que o jornal Estado de São Paulo, o jornal que eu assino, de domingo passado escreveu sobre a reforma do estádio Couto Pereira foi isto: Depois de cinco meses fora de sua casa, mandando os jogos no Estádio Willie Davids, em Maringá, ou no Pinheirão, em Curitiba, o Coritiba retorna ao renovado Couto Pereira. O estádio teve a capacidade reduzida para 35.759 torcedores. No Estadão de hoje, segunda-feira, nem uma linha. Não sei como foi a coisa nos outros jornais de fora, mas imagino que não tenha sido muito diferente.

Fica aqui a sugestão para que a diretoria tente vender melhor nosso peixe pelo restante do Brasil. Afinal de contas, nosso estádio está belíssimo e nossa torcida, então, é um deslumbre.

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Esta coluna é dedicada aos torcedores coxas Ana Paula, minha irmã, e seu marido Daniel.

(texto publicado no site coxanautas em 2005)

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