Instado pela minha filha Teresa, que está deixando a adolescência para entrar na vida adulta, está nos meus planos escrever um livro para adolescentes. Como não poderia deixar de ser, estou lendo alguns livros no estilo para tentar pegar o jeito da coisa. A experiência tem sido ótima!

“Amor em Jogo”, de Simon Elkeles (Globo Livros, 295 páginas), conta a história de dois turrões. Ashtyn Parker é uma menina criada pelo pai, frio e distante, tem namorado e é a única jogadora de futebol americano do time masculino local. Derek Fitzpatrick é órfão de mãe, detesta a madrasta e vive num colégio interno, de onde foi expulso. A birra e a atração entre os dois é o principal mote deste livro delicioso, com um quê de conto-de-fadas.

“P.S. Ainda Amo Você”, de Jenny Han (Intrínseca, 304 páginas), é narrado por Lara Jan, filha de uma coreana falecida quando ela era criança, e de um médico norte-americano, pai extremamente amoroso. Lara Jan tem duas irmãs, uma mais velha, Margot, e outra menor, Kitty: o amor entre as três é um dos muitos pontos positivos deste romance divertido e delicado, que trata principalmente dos primeiros namorados da protagonista. O livro é a continuação de “Para Todos os Garotos que Amei”, que estou lendo agora.

Mais dramático é “Cartas de Amor aos Mortos”, de Ava Dellaira (Seguinte, 344 páginas). O livro é contado em cartas pela narradora – uma menina chamada Laurel – escritas para personalidades falecidas como Kurt Cobain, Janis Joplin, Amy Winehouse, Heath Ledger, Judy Garland, Elizabeth Bishop, a partir de uma lição de casa pedida por uma professora. O romance fala de vários aspectos da vida da menina, como a atração por um garoto misterioso chamado Sky, mas as circunstâncias misteriosas da morte da irmã, May, são o tema central deste livro envolvente, melancólico e muito bem escrito.

“Thirteen Reasons Why”, de Jay Asher (288 páginas, Razorbill), é o romance no qual foi baseado a série homônima produzida por Selena Gomez e que está para estrear no Netflix. Hannah Baker é uma menina que se suicida e deixa fitas cassete direcionadas a treze pessoas que motivaram o seu ato extremo. Pequenos acontecimentos vão se somando, numa espiral angustiante e aterradora que vai tornando Hannah Baker cada vez mais isolada – sofrendo bullying de todos os lados – e desesperada. Para que se tenha uma ideia, um dos motivos do suicídio é ela ter sido eleita como possuidora da “melhor bunda da escola”: um acontecimento que parece não ter maior importância, mas cujas consequências acabam sendo as piores possíveis.