“La gourgandine” e “Lettres à la Novice”, de Françoise Rey
Literatura

“La gourgandine” e “Lettres à la Novice”, de Françoise Rey

6 de março de 2016 0

Um dos melhores livros eróticos que já li é “Femme de papier” (Mulher de papel), de Françoise Rey. O primeiro livro da autora francesa se compõe de uma série de cartas que ela escreve para seu amante – intensas, apaixonadas, e profundamente eróticas. Depois deste, gostei muito de “Souvenirs lamentables” (Lembranças lamentáveis), em que a autora conta todos os seus casos sexuais que não deram certo. Já de “Marcel Facteur”, a história de um romance de uma mulher de bom nível intelectual com um carteiro meio ignorante, não me pareceu muito interessante.

Li recentemente dois romances da autora especialista em livros eróticos, “La gourgandine” e “Lettres à la Novice”.

“Gourgandine” é um termo em francês que significa algo como “desavergonhada” ou “devassa”. Este longo romance autobiográfico, de 380 páginas, com este título, desta autora e com a capa abaixo tinha tudo para ser um livro erótico – mas não chega a tanto. O livro é uma longa (e, frequentemente, cansativa) diatribe contra seu pai – maníaco por controle, que chegava a acompanhar sua filha no ato de defecar – e sua mãe – mulher fria, sempre disposta a debochar de qualquer aspecto (físico ou intelectual) da autora. O sexo, no livro, representa uma luta contra a opressão dos pais, mas nem sempre libertação: a adolescente Françoise Rey (o livro termina antes de a narradora completar 20 anos de idade) ainda não tem idade suficiente para desfrutar do sexo – com rapazes ou garotas – sem culpa.

9782226130587g

Já “Lettres à la Novice” é um curto romance epistolar, cuja história se passa entre o final do séc. XIX e o início do séc. XX. Nele, Marie-Louise, uma mulher casada, tenta convencer sua sobrinha Violette a experimentar as delícias do sexo: cada uma das cartas da tia é acompanhada de uma foto ou desenho erótico da época, como o apresentado abaixo. O problema é que Violette é uma noviça, estudando para ser freira. Bem, Marie-Louise tanto insiste que a sobrinha acaba tendo suas experiências sexuais ainda no convento, de onde acaba saindo por gostar muito da coisa. O livro é bem divertido, mas meio confuso. Pelo menos acaba logo, ao contrário de “La gourgandine”.

Françoise Rey é uma autora bastante irregular. Mas não posso negar que a leitura de seus livros é recompensadora.

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