“Minha querida sputnik”, de Haruki Murakami
Literatura

“Minha querida sputnik”, de Haruki Murakami

22 de julho de 2015 0

Na véspera do anúncio do Prêmio Nobel de 2014 (vencido pelo francês, que até então eu desconhecia, Patrick Modiano), os jornais noticiavam que o grande favorito para a conquista do prêmio era o japonês Haruki Murakami. Apesar de não ser o primeiro ano em que ele constava como favorito à conquista do Nobel, estranhei assim mesmo.

Só tinha lido um livro de Murakami, 1q84 (isso mesmo). Um longo romance escrito num estilo límpido, com uma história de amor extremamente intensa e complicada, um pé na cultura pop e muita coisa estranha: universos e vidas paralelos, sociedades secretas ultrapoderosas, objetos místicos. A verdade é que, apesar de ter gostado muito do livro, 1q84 parece quase uma história de super-heróis ou coisa parecida – e bem por isto achei que o livro, considerado por muitos o melhor do autor, “não combinava muito” com as escolhas usuais do comitê sueco.

Acabei há pouco de ler mais um Murakami, mais curto e escrito antes de 1q84, Minha querida sputnik. Temas que vieram se desenvolver com mais profundidade em 1q84, como a existência (neste caso, apenas sugerida) de universos paralelos e uma grande e difícil história de amor, já estão lá.

Terminado o romance, acho que estou começando a entender o fascínio da crítica (já que o do público é fácil de entender) com Murakami: os personagens que o autor cria são inesquecíveis. Ainda lembro em detalhes daqueles de 1q84, e sei que não vou esquecer daqueles que “conheci” em Minha querida Sputnik.

(texto escrito em 2014)

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